Como o Viés Inconsciente de Gênero atua nas empresas
Já vimos que os vieses inconscientes de gênero são associações mentais automáticas em relação a mulher, mas como será que isso afeta o ambiente de uma empresa? Além de juntar alguns exemplos de como isso acontece, aqui foquei naqueles que impactam diretamente a carreira da mulher.
É bom lembrar que, num passado recente, as organizações sempre foram compostas por uma grande maioria masculina. Portanto, temos muitos vieses em relação ao trabalho que acabam privilegiando os homens.
Viés Inconsciente de Gênero nos Cargos de Liderança
Uma pesquisa feita pela Organização Internacional do Trabalho em 2017, nos principais países da América Latina, mostrou que as três principais barreiras para a mulher ocupar cargos de liderança estão relacionadas com vieses inconscientes de gênero e discriminação.
Viés Inconsciente de Gênero na Meritocracia
Na maioria das vezes, o sistema de avaliação dos funcionários é feita pelos seus resultados. Mas o lado negativo disso é que os benefícios de uma boa performance podem acabar acumulados em pessoas que têm vantagens.
Por exemplo, quem consegue cumprir a expectativa de estar sempre disponível a qualquer momento e em qualquer lugar?
As mulheres já saem em desvantagem antes mesmo de chegar no ambiente de trabalho. Já que elas recebem maiores responsabilidades familiares, acabam trabalhando 10,4h a mais que os homens todas as semanas em tarefas domésticas e/ou cuidando de pessoas.
Viés Inconsciente de Gênero no Acesso a Oportunidades
Liderar ou participar de um projeto importante, aumenta as chances para uma promoção.
Independente de quem toma a decisão final sobre a equipe do projeto, essa definição leva em consideração percepções, que podem estar mais influenciadas pelos papéis atribuídos pela sociedade, do que por habilidade ou mérito em si.
Unconscious Gender Bias na Avaliação de performance
Todo processo ou programa que reflita padrões estereotipados masculinos, já coloca a mulher em desvantagem. Uma vez que a avaliação de todo mundo seguirá os padrões masculinos.
Se as descrições de cargos já forem feitas usando palavras que normalmente associamos ao homem, então automaticamente eles serão beneficiados, parecendo ser a opção natural. Além de contribuir na permanência do viés inconsciente contra as mulheres, alimenta uma cultura corporativa masculina.
Por mais que esses vieses sejam inconscientes, temos que fazer o exercício de torná-los conscientes e entender se as nossas ações estão reforçando ou não as desigualdades. Será que os padrões que criamos para os times estão justos? E as oportunidades?
Lembrou de algo que possa fazer para combater o viés de gênero no trabalho? Deixa nos comentários.
Adorei o texto.
Infelizmente essa desconstrução de regras sempre com olhar masculino será lenta e geracional.
Vamos cuidar para que os nossos meninos aprendam a ser nossos cúmplices no plano de equidade, não mais reproduzindo essa estrutura tão desigual.
O vies inconsciente tem que ser combatido constantemente. Obrigada por esclarecer melhor o tema!